sábado, 10 de julho de 2010

ESTRESSE, o mal do século

No início do século passado acreditava-se que, com os avanços da tecnologia, iríamos trabalhar cada vez menos e teríamos mais tempo para o lazer e a família. Ocorreu exatamente o contrário. As facilidades da vida moderna, como computador, internet, fax, telefone celular, TV a cabo, e a melhoria do sistema de transportes tornaram a vida muito mais rápida - e acrescentaram doses extras de estresse à vida de todos nós.

Para sobrevivermos no dia-a-dia, seja no trânsito, seja no trabalho, precisamos ter reflexos rápidos e pensar de forma acelerada para dar o próximo passo. A maioria das pessoas acumulou mais tarefas, fica ligada 24 horas por dia e vive angustiada num emprego que não sabe por quanto tempo será capaz de manter. A insegurança impera dentro de edifícios com sistemas de segurança dignos de fortalezas, e ninguém sai à noite sem um arrepio de medo. Em vez de relaxarmos, ficamos cada vez mais alertas e tensos.

Aproximadamente 50 a 75% de todas as consultas médicas estão direta ou indiretamente relacionadas ao estresse. A medicina não deve ter apenas um papel importante no tratamento das doenças ligadas ao estresse mas, também e principalmente, deve dar ao assunto uma conotação preventiva e educacional. Conhecer o estresse, suas causas, sinais e sintomas, é de fundamental importância para aprendermos a lidar com ele.


O que é estresse?

Em tese, o estresse é a resposta fisiológica, psicológica e comportamental de um indivíduo que procura se adaptar e se ajustar às pressões internas e/ou externas. Essas pressões, capazes de levar ao estresse, são chamadas de Fatores Estressantes ou Agentes Estressores. Assim sendo, Fator Estressor é um acontecimento, uma situação, uma pessoa ou um objeto capaz de proporcionar suficiente tensão emocional, portanto, capaz de induzir à reação de estresse.

Os fatores estressantes podem variar amplamente quanto à sua natureza, abrangendo desde componentes emocionais, como por exemplo a frustração, a ansiedade, até componentes de origem ambiental, biológica e física, como é o caso do ruído excessivo, da poluição, variações extremas de temperatura, problemas de nutrição, sobrecarga de trabalho, etc.

Quando o nosso cérebro, independente de nossa vontade, interpreta alguma situação como ameaçadora (Fator Estressante), nosso organismo passa a desenvolver uma série de alterações denominadas, em seu conjunto, de Síndrome Geral da Adaptação ao Estresse.

Na primeira fase desta situação ocorre uma Reação de Alarme, onde todas as respostas corporais entram em estado de prontidão geral, ou seja, todo o organismo é mobilizado sem envolvimento específico ou exclusivo de algum órgão em particular. É um estado de alerta geral, tal como se fosse um susto. Se esse estresse continuar por um período mais longo, sobrevém a segunda fase, chamada de Fase de Resistência, a qual acontece quando a tensão se acumula. Nesta fase o corpo começa a acostumar-se aos estímulos causadores do estresse e entra em um estado de resistência ou de adaptação. Durante este estágio, o organismo adapta suas reações e seu metabolismo para suportar o estresse por um período de tempo e, com isso, a reação ao estresse pode ser canalizada para um órgão específico ou para um determinado sistema, como por exemplo o sistema cardíaco, sistema muscular, sistema digestivo, sistema nervoso, etc.

A energia dirigida para adaptação da pessoa à solicitação estressante não é ilimitada e se o estresse ainda continuar, o corpo todo pode entrar na terceira fase, o Estado de Esgotamento, onde haverá queda acentuada da nossa capacidade adaptativa.


Consequências do estresse

Do ponto de vista emocional, o estresse está intimamente relacionado à depressão, à Síndrome do Pânico, aos transtornos de ansiedade e às fobias. Isso tudo sem contar com uma vasta lista de sintomas (não doenças) que acompanham o paciente estressado. Dentre alguns sintomas agravados ou determinados pelas emoções, em relação aos seus sistemas, estão:


> Cardiológico - palpitações, arritmias, taquicardias, dor no peito;
> Gastrointestinal - cólicas abdominais, epigastralgia, indigestão, constipação e diarréia;
> Neurológico - parestesias, anestesias, formigamentos, cefaléia, alteraçõe sensoriais, extremidades frias e suadas (mãos e pés);
> Otorrinolaringológico - vertigens, tonturas, zumbidos, boca seca;
> Clínica geral - falta de ar, bolo na garganta, sensação de desmaio, fraqueza dos membros, falta de apetite ou apetite demasiado, poliúria (aumento do número de urinadas);
> Ginecológico - cólicas pélvicas, dor na relação sexual, alterações menstruais;
> Ortopédico - lombalgias, artralgias, cervicalgias, dor na nuca;
> Dermatológico - dermatoses, alergias, quedas de cabelo;
> Psiquiátrico - irritabilidade, alterações do sono, angústia, tristeza, medo, insegurança, tendência a ficar em casa, pensamentos ruins.

Esses sintomas a longo prazo favorecem a ocorrência das chamadas doenças psicossomáticas, que atingem qualquer órgão ou sistema. Em relação a essas doenças, posso citar: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Gastrite, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Labirintite, Diabetes Mellitus, Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), Endometriose, Hérnia de Disco, Câncer, Obesidade, etc.

Como lidar com o estresse

1) Fique atento aos sintomas: pode ser uma súbita sensação de ansiedade ou cansaço exagerado. É mais fácil controlar o problema no estágio inicial;
2) Pratique exercícios físicos: meia hora diária de ginástica três vezes por semana melhora o humor;
3) Coma direito: três ou quatro refeições diárias, feitas com calma, ajudam a relaxar. Alimentação balanceada - sem excesso de alcool, doces, salgadinhos e gorduras - ajuda o organismo a enfrentar a tensão;
4) Não esqueça o lazer: reserve tempo para atividades que dão prazer, como ler um bom livro, ouvir música, adotar um hobby ou praticar esportes;
5) Diga não: quem aceita tudo, mesmo a contragosto, tende a acumular obrigações, tanto no trabalho como na vida pessoal. Tarefas além da conta resultam em ansiedade e frustração;
6) Mude de atitude: você cria expectativas exageradas? Guarda muito rancor? São comportamentos responsáveis pelos piores quadros de estresse. Tente ser mais flexível;
7) Conte os seus problemas: mesmo que ninguém possa resolver a questão, só o fato de você desabafar já é um alívio e tanto;
8) Dê um tempo: se você trabalha oito, dez horas por dia, pequenas pausas de hora em hora ajudam a relaxar. Cinco minutos bastam para esfriar a cabeça;
9) Trabalho voluntário: canalizar energia para ajudar outras pessoas pode reduzir a tendência natural de amplificar os problemas pessoais ou de prestar demasiada atenção a si próprio;
10) Tente relaxar: uma técnica eficiente para aliviar a tensão do dia-a-dia consiste em inspirar o ar lentamente e tentar levá-lo para a parte inferior dos pulmões. o objetivo é atingir uma respiração regular.


Você está estressado??? Que tal ir pescar??? Hehehe

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