quinta-feira, 24 de junho de 2010

HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE

Vamos entender o que é isso?

Imaginamos: Você precisa se consultar com um médico. Daí, vai até o seu livrinho do plano de saúde (vamos imaginar que você tenha um), escolhe o profissional e liga para agendar uma consulta. Ao falar com um atendente, descobre que, mesmo tendo um convênio particular, terá que esperar dois meses para ser atendido. Fica transtornado, mas não tem outro jeito. O caso é marcar a consulta e esperar. Ao chegar no dia da sua consulta, você chega trinta minutos adiantado. Faz sua ficha e aguarda, aguarda, aguarda, aguarda e aguarda. Até que é chamado. Entra no consultório, depois de mais ou menos três horas a mais do horário em que foi marcado, senta na frente do médico e espera a primeira pergunta. Bem, o médico pergunta o que está acontecendo, mas nem olha para você. Você vai falando, enquanto o doutor vai escrevendo. Depois de cinco minutos, ele te entrega vários pedidos de exames e manda você retornar quando tiver os resultados. Você sai do consultório sem ao menos saber se o médico percebeu se você é preto, branco, mulato ou pardo.

Como você se sentiria??? Se não bastasse o tempo de espera pela vaga e o tempo que você permaneceu sentado esperando até ser atendido, ainda teve que "engolir" a falta de atenção do médico e uma consulta que não passou de CINCO minutos. Ah, e o doutorzinho nem encostou a mão em você!

Bem, isso não acontece apenas em consultórios médicos. Posso contar aqui vários episódios ocorridos em clínicas de fisioterapia, em laboratórios, em hospitais, em postos de saúde e etc. Mas essa página seria pouco!

Isso ocorre devido à falta de humanização dos profissionais e das entidades de saúde.

Como essa historinha ficaria com a humanização? Vejamos:
Você precisa se consultar com um médico. Daí, vai até o seu livrinho do plano de saúde, escolhe o profissional e liga para agendar uma consulta. Ao falar com um atendente, ele te agenda para próxima semana (até porque é difícil atendimento por convênio ser no dia seguinte). Ao chegar no dia da sua consulta, você chega trinta minutos adiantado, faz a sua ficha e aguarda. Descobre que o médico agenda os seus pacientes de 40 em 40 minutos e pensa: "Por que o médico fica esse tempo todo com os pacientes?". Até que é chamado. Entra no consultório, depois de trinta minutos esperando, senta na frente do médico e espera a primeira pergunta. Bem, o médico olha pra você, o chama pelo nome, pergunta o que está acontecendo, vai escrevendo em pequenos intervalos, sem deixar de prestar atenção no que você fala. Ele pede para que você se deite na maca, te avalia minuciosamente, brinca com você, sorri para você. Depois de quarenta minutos, ele te entrega os pedidos dos exames necessários, se você tiver com dor, te medica temporariamente até você voltar com os exames e pede para que você retorne sem demora, te explicando que quanto mais rápido for o diagnóstico, mais eficiente será o tratamento. A consulta acaba com um aperto de mão e um sorriso dizendo: "Até mais e tenha um ótimo dia, Senhor Fulano".
Qual das duas situações você iria preferir???


Conseguiu entender o que significa Humanização da Saúde???



Como explicar a falta de humanização na saúde?


Em razão do acelerado processo de desenvolvimento tecnológico nas áreas de ciências médicas, a singularidade do paciente — emoções, crenças e valores — ficou em segundo plano; sua doença passou a ser objeto do saber reconhecido cientificamente. O ato médico, portanto, se desumanizou. No mesmo processo, ocorreram transformações na formação de todos os profissionais de saúde, cada vez mais especializados, e nas condições de trabalho, restringindo a disponibilidade destes profissionais tanto para o contato com o paciente quanto para a busca de formação mais abrangente. As atuais condições do exercício da medicina, da enfermagem, da fisioterapia, entre outros, não têm contribuído para a melhoria do relacionamento entre estes profissionais e os pacientes e para o atendimento humanizado e de boa qualidade. Esse quadro estende-se tanto para os profissionais da área como às instituições de saúde.

Alguns projetos de humanização vêm sendo desenvolvidos, há muitos anos, em áreas específicas da assistência, por exemplo, na saúde da mulher (humanização do parto) e na saúde da criança (Projeto Canguru, para recém-nascidos de baixo pe­so). Atualmente têm sido propostas diversas ações visando à implantação de programas de humanização nas instituições de saúde, especialmente nos hospitais. Principalmente na assistência pediátrica, vários pro­jetos e ações desenvolvem atividades ligadas a artes plásticas, música, teatro, lazer, recreação.

Merece reflexão a atual tendência e as ações humanizadoras no tecido institucional em que as ações de saúde e as próprias ações humanizadoras se veiculam. A teia interacional, ou seja, o conjunto das relações que se estabelecem nas instituições — profissional-paciente, recepção-paciente, profissional-equipe, profissional-instituição e outras — está se humanizando?

As reflexões sobre a tarefa assistencial conduzem também ao campo ético. A questão ética surge quando alguém se preocupa com as conseqüências que sua conduta tem sobre o outro. Para que haja ética, é preciso ver (perceber) o outro. E, se para a assistência humanizada também é preciso perceber o outro, conclui-se que assistência humanizada e ética caminham juntas.
O trabalho de um profissional, qualquer que seja sua atividade, depende tanto da qualidade técnica como da qualidade interacional. Em medicina, a preocupação com a qualidade faz com que, em cada especialidade, se busque desenvolver a capacidade técnica, que faz parte do que chamamos de conhecimentos e habilidades relativos à área técnica; para a capacitação interacional do médico, de qualquer especialidade, torna-se necessária a instrumentalização para reconhecer e lidar com os aspectos emocionais da tarefa assistencial, isto é, o desenvolvimento de atitudes.

Há considerável alívio e melhoria das condições do trabalho assistencial quando o médico pode conhecer, por um lado, os motivos do comportamento do paciente e, por outro, tanto os efeitos que esse comportamento lhe provoca — angústia, raiva, impotência — quanto as defesas que desencadeia, por exemplo, comportamentos evitativos, consultas rápidas. Muitos problemas dos usuários podem ser resolvidos ou atenuados quando se sentem compreendidos e respeitados pelos médicos; a falta de acolhimento e de continência a seus aspectos emocionais pode conduzir ao abandono ou à rejeição ao tratamento. Nesses casos, poderão buscar caminhos sociais alternativos, que ofereçam maior receptividade e compreensão. Diversos estudos mostram que a relação médico-paciente é considerada relevante no processo de adesão ao tratamento.

Uma das contribuições mais significativas para o entendimento do contexto interpessoal, interacional, relacional é o estudo quase microscópico da intimidade da relação médico-paciente. As angústias ligadas ao adoecer são parte integrante dessa relação, que é o campo dinâmico que se estabelece entre ambos. Nesse campo, surgem as angústias básicas profundas e intensas que se desenvolvem no vínculo humano que se estabelece entre o médico e o paciente.


O contato direto com seres humanos coloca o profissional diante de sua própria vida, saúde ou doença, dos próprios conflitos e frustrações. Se ele não tomar contato com esses fenômenos, correrá o risco de desenvolver mecanismos rígidos de defesa, que podem prejudicá-lo tanto no âmbito profissional quanto no pessoal. O médico e os outros profissionais da saúde submetem-se, em sua atividade, a tensões provenientes de várias fontes: contato freqüente com a dor e o sofrimento, com pacientes terminais, receio de cometer erros, contato com pacientes difíceis. Assim, cuidar de quem cuida é condição essencial para o desenvolvimento de projetos e ações em prol da humanização da assistência.

Contratação de profissionais suficientes para atender à demanda da população; aquisição de novos equipamentos médico-hospitalares; abertura de novos serviços, melhoria dos salários, das condições de trabalho e da imagem do serviço público de saúde junto à população são objetivos a serem buscados para a melhoria da assistência.

A humanização é um processo amplo, demorado e complexo, ao qual se oferecem resistências, pois envolve mudanças de comportamento, que sempre despertam insegurança. Os padrões conhecidos parecem mais seguros; além disso, os novos não estão prontos nem em decretos nem em livros, não tendo características generalizáveis, pois cada profissional, cada equipe, cada instituição terá seu processo singular de humanização. E se não for singular, não será de humanização.

No processo devem estar envolvidas várias instâncias: profissionais de todos os setores, direção e gestores da instituição, além de formuladores de políticas públicas, conselhos profissionais e entidades formadoras.



Saiba mais sobre humanização acessando: http://www.portalhumaniza.org.br/

Um comentário:

  1. Uma vez estava passando mal, fui ao posto médico na consulta este profissional fez a mesma coisa que no primeiro caso,neim olhar para mim o medico olhava, quando eu disse k tinha comido um pao de queijo na faculdades as coisas mudaram me deu a maior atençâo.

    ResponderExcluir